Comecemos pelo que não interessa
neste texto, quem o escreve: um praticante amador no fim da carreira que nos últimos anos tomou
gosto pela componente técnica e táctica do jogo. São estas as minhas
credenciais. Para me poder chegar à frente com a certeza de ter conhecimento
para partilhar tenho que agradecer os tempos em que vivo, aos quais a distância
ao conhecimento é menor, sendo possível chegar às mãos coisas tão inesperados
com planos de treino do Barcelona B assinadas por uns tais de Pep Guardiola e Tito Vilanova. E assim encerro esta parte que tem tanto de dispensável como de
necessária e falemos do que interessa, de bola.
Em defesa de uma ideia de jogo, o
caso Dortmund.
Uma equipa que tem os
comportamentos corretos em todos os momentos de jogo e que tem excelentes
jogadores à disposição, personalizada numa defesa muito pressionante e num
aproveitamento magistral do espaço. É este o Borussia de Jurgen Klopp. Equipa
já muito falada e estudada na blogosfera, aqui não há novidade.
O que toma tema de conversa? Esta
mesma equipa está posicionada em antepenúltimo da Bundesliga, já a decorrer a
2ª volta, a 1 ponto do último lugar (o Stuttgart, um dos históricos clubes
alemães). Voltemos ao parágrafo anterior: que Borussia é este que está nesta
classificação? ‘Uma equipa que tem os comportamentos corretos em todos os
momentos de jogo e que tem excelentes jogadores à disposição.’ Acrescento eu,
nada mudou.
O conceito habitual: equipa que
perde ou é dos jogadores e/ou é do treinador. Solução habitual, treinador
despedido. Nesta caso é um puro engano, este Borussia faz quase tudo bem e
falha onde o treinador não tem controlo, na bola em campo.
Em todos os jogos que vi do
Borussia, excepto o último (Friburgo), o comportamento padrão: jogada bem
construída, ultimo passe/finalização falhada, nervosismo, falhanço individual,
golo adversário. Por melhor que seja o treinador, por muito boa que seja a
ideia de jogo, o papel do treinador está sempre limitado, o que se passa em campo
está dependente dos jogadores. E neste caso é o caso típico da influência do
estado anímico no rendimento, estar a jogar com o peso do resultado não é o
mesmo que o fazer de cabeça mais leve.
Não há melhor defesa para este
ponto de vista do que observar o jogo deste último fim de semana, frente ao Friburgo,
onde se viu o regresso do Borussia. Na 1ª parte ainda houve algum nervosismo, no
entanto a 2ª parte foi uma demonstração de força, onde o resultado foi
libertando a equipa do peso da necessidade da vitória e onde foi aparecendo a
enorme qualidade da ideia de jogo de Klopp. Nada mais reforça esta minha
opinião do que verem a maravilha que foi o 3º golo (aos 36 segundos).
Conclusão, ter pessoas a decidir
nos clubes que tenha conhecimento do jogo faz com que Klopp ainda seja
treinador do Borussia, infelizmente não é um caso comum. O jogo agradece.
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