sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A Ideia



Comecemos pelo que não interessa neste texto, quem o escreve: um praticante amador  no fim da carreira que nos últimos anos tomou gosto pela componente técnica e táctica do jogo. São estas as minhas credenciais. Para me poder chegar à frente com a certeza de ter conhecimento para partilhar tenho que agradecer os tempos em que vivo, aos quais a distância ao conhecimento é menor, sendo possível chegar às mãos coisas tão inesperados com planos de treino do Barcelona B assinadas por uns tais de Pep Guardiola e Tito Vilanova. E assim encerro esta parte que tem tanto de dispensável como de necessária e falemos do que interessa, de bola.


Em defesa de uma ideia de jogo, o caso Dortmund.


Uma equipa que tem os comportamentos corretos em todos os momentos de jogo e que tem excelentes jogadores à disposição, personalizada numa defesa muito pressionante e num aproveitamento magistral do espaço. É este o Borussia de Jurgen Klopp. Equipa já muito falada e estudada na blogosfera, aqui não há novidade.


O que toma tema de conversa? Esta mesma equipa está posicionada em antepenúltimo da Bundesliga, já a decorrer a 2ª volta, a 1 ponto do último lugar (o Stuttgart, um dos históricos clubes alemães). Voltemos ao parágrafo anterior: que Borussia é este que está nesta classificação? ‘Uma equipa que tem os comportamentos corretos em todos os momentos de jogo e que tem excelentes jogadores à disposição.’ Acrescento eu, nada mudou.


O conceito habitual: equipa que perde ou é dos jogadores e/ou é do treinador. Solução habitual, treinador despedido. Nesta caso é um puro engano, este Borussia faz quase tudo bem e falha onde o treinador não tem controlo, na bola em campo. 


Em todos os jogos que vi do Borussia, excepto o último (Friburgo), o comportamento padrão: jogada bem construída, ultimo passe/finalização falhada, nervosismo, falhanço individual, golo adversário. Por melhor que seja o treinador, por muito boa que seja a ideia de jogo, o papel do treinador está sempre limitado, o que se passa em campo está dependente dos jogadores. E neste caso é o caso típico da influência do estado anímico no rendimento, estar a jogar com o peso do resultado não é o mesmo que o fazer de cabeça mais leve.


Não há melhor defesa para este ponto de vista do que observar o jogo deste último fim de semana, frente ao Friburgo, onde se viu o regresso do Borussia. Na 1ª parte ainda houve algum nervosismo, no entanto a 2ª parte foi uma demonstração de força, onde o resultado foi libertando a equipa do peso da necessidade da vitória e onde foi aparecendo a enorme qualidade da ideia de jogo de Klopp. Nada mais reforça esta minha opinião do que verem a maravilha que foi o 3º golo (aos 36 segundos).




Conclusão, ter pessoas a decidir nos clubes que tenha conhecimento do jogo faz com que Klopp ainda seja treinador do Borussia, infelizmente não é um caso comum. O jogo agradece.

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