México 86, tinha eu 12 anos. Primeiro grande torneio internacional que tenho verdadeira memória de acompanhar. Espanha 82 pouco ou nada retive a não ser o nome de Paolo Rossi. França 84 passou-me ao lado, não me resta nenhuma lembrança de estar a ver algum jogo.
México 86 já tenho uma memória completa e estruturada. Portugal estava lá, antes só em 1966 tinha jogado uma fase final. Havia Maradona. Havia Zico e Sócrates. Havia Rummenigge. Foi um grande torneio.
A prova em si está mais que comentada e documentada, não vale a pena falar, mas lembro-me claramente dum jogo, Escócia-Dinamarca, que não vi. Tenho a vívida lembrança de, entre amigos do meu pai, ser comentado que tinha sido um grande espetáculo. Ou seja, falamos dum jogo que nunca vi e que guardei na memória.
Lembro-me de simpatizar com a Dinamarca, tinham um equipamento altamente icónico, jogavam mesmo muito bem e tinham um jogador que tenho memória de dizer maravilhas, que nunca esqueci o nome, Preben Elskjaer Larsen (sim, lembrava-me do nome assim como escrevi). Mas como o jogo foi tarde e más horas para pré-adolescentes de 12 anos, nada feito, não pude ver (vá lá que o meu pai compensou-me com um tal de Porto-Peñarol em 87 às 5 da matina).
Lembro-me de simpatizar com a Dinamarca, tinham um equipamento altamente icónico, jogavam mesmo muito bem e tinham um jogador que tenho memória de dizer maravilhas, que nunca esqueci o nome, Preben Elskjaer Larsen (sim, lembrava-me do nome assim como escrevi). Mas como o jogo foi tarde e más horas para pré-adolescentes de 12 anos, nada feito, não pude ver (vá lá que o meu pai compensou-me com um tal de Porto-Peñarol em 87 às 5 da matina).
O que despoletou a lembrança de tal facto foi ver um artigo no The Guardian que abordava a famosa selecção da Dinamarca dos anos 80, conhecida pela Danish Dynamite, que eram muito admirados (afinal não era o único, ao que parece) mas nunca ganharam nada. Aconselho ler o artigo (basta clicar no nome do jornal) porque é uma história engraçada.
Tendo o artigo do The Guardian posto contexto na minha passada admiração resolvi por em dia as contas do passado e obter resposta a:
Tendo o artigo do The Guardian posto contexto na minha passada admiração resolvi por em dia as contas do passado e obter resposta a:
- O jogo foi assim tão bom?
- Preben Elskjaer era assim tão bom jogador?
Comecemos pelo jogador, via wikipédia e outras páginas. Preben Elskjaer era um ponta de lança old school, não muito goleador, muita força, alguma técnica. Em termos de clubes brilhou principalmente em Itália, onde foi campeão pelo Hellas Verona no única vez na história que o foram. No entanto era mais conhecido por ser um bom vivant mulherengo, fumador e amigo da noite. Histórias não faltam sobre as escapadelas do jogador, mas destaco esta:
- Uma vez foi apanhado na noite e foi confrontado pelo seu treinador, no Colónia, que tinha sido visto numa discoteca com uma garrafa de whisky e uma mulher antes dum jogo. Ele respondeu prontamente que era mentira pura, a garrafa era de vodka e eram 2 mulheres.
Dossier jogador, resolvido. Era realmente bom jogador mas a aura por trás era 'outra'.
Dossier jogo, sim, foi um bom jogo mas longe de ser o melhor do torneio. Dinamarca ganhou 1-0, golo de Elskjaer: cavalgada, ressalto, bola metida no poste mais distante. Escócia a atacar muito na 1ªparte, Dinamarca na 2ª. No youtube encontrei um resumo alargado do jogo, o qual deixo aqui:
E pronto, estão feitas as contas com o passado, abrindo uma nova ferida: que raio de calções são esses, oh Escócia?